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Desfile Chanel Métiers d’Art 2026 em Nova York na Bowery Station por Matthieu Blazy

Personagens Subway Inspirados em Coco Chanel Encantam o Público de Luxo Brasileiro

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Matthieu Blazy transforma estação fantasma de Nova York na passarela mais nova-iorquina da história da Chanel


Na noite fria e chuvosa de 2 de dezembro de 2025, Matthieu Blazy estreou sua primeira coleção Métiers d’Art para a Chanel num cenário que ninguém ousaria imaginar para a maison parisiense: a estação fantasma de Bowery, no Lower East Side nova-iorquino.

Chanel Métiers d’Art 2026 em Nova York


O local, abandonado desde os anos 1960, foi transformado em passarela e vagão de metrô cenográfico, com azulejos originais, grafites apagados pelo tempo e o eco perfeito para o som de saltos altos.

A plateia era um desfile à parte: A$AP Rocky e Ayo Edebiri, recém-anunciados embaixadores, sentaram-se ao lado de Tilda Swinton, Kristen Stewart, Lupita Nyong’o, Margaret Qualley, Sofia Coppola, Charlotte Casiraghi (neta de Grace Kelly), Linda Evangelista, Martin Scorsese, Jon Bon Jovi, Solange Knowles e até Meg Ryan. Nova York inteira parecia ter descido as escadas daquela estação.



Para Blazy, o metrô de Nova York é o grande equalizador da cidade. “Pertence a todos”, disse ele nas notas do desfile. “Estudantes e bilionários, adolescentes e estadistas — todos dividem o mesmo vagão. É um lugar de encontros enigmáticos e maravilhosos, onde arquétipos da cultura pop colidem e cada passageiro é o herói da própria história.”



Essa ideia virou o coração da coleção Métiers d’Art 2026: um desfile de personagens excêntricas, quase caricaturas, que poderiam embarcar na linha F a qualquer hora do dia — só que reinterpretadas pelo savoir-faire extremo dos ateliês do 19M, em Paris.



E que personagens. A “cat lady” de Manhattan ganhou um vestido de chiffon com estampa de leopardo e um fascinator em forma de cabeça de gato, bordado pela Maison Michel. A mulher que vive para seu cachorro desfilou com um twin-set coberto de cães em lantejoulas feitas pela Lesage.



Teve a jornalista dos anos 1970 de gola rolê preta e saia lápis, a executiva dos anos 1980 de ombros marcados e riscas de giz neon, a melindrosa moderna em franjas assimétricas escarlate e marfim. Alex Consani atravessou a plataforma com as mãos nos bolsos de um terno oversized risca de giz e fedora, enquanto Anok Yai lia o jornal-invite da Chanel dentro de um vestido de baile verde-leopardo com camadas de plumas Lemarié.



O jeans, tão nova-iorquino, apareceu em versões quase íntimas: calças destroyed com bordados de pérolas que só se revelam de perto, camisas de flanela que na verdade são tweed bouclé, trench coats funcionais com forros pintados à mão — cenas delicadas de Coco Chanel passeando com seu cachorro contra o skyline da cidade.



Até as minaudières vieram em forma de maçã, amendoim de rua e ostra, enquanto as joias traziam beija-flores Art Déco e escamas douradas que captavam a luz dos faróis imaginários.

Porque Nova York e Chanel já se amam desde 1931, quando Gabrielle desembarcou ali a caminho de Hollywood, convidada por Samuel Goldwyn. A cidade a adotou, reinterpretou seus códigos com liberdade absoluta — e agora, quase um século depois, Matthieu Blazy devolve o favor.



“Não é porque é bordado que é melhor”, explicou ele no convite. “É porque o bordado tem função: conta uma história, cria alquimia com o clima, com a personagem.” E as personagens desfiladas ontem tinham histórias de sobra.

O look de abertura resumiu tudo: uma garota de suéter oversized com zíper até o peito, jeans folgado e sapatos de bico arredondado, casaco de shearling jogado na bolsa. Parecia alguém que você encontra às 8h15 na linha 6, indo do Upper East Side para downtown.



Só que, de perto, o suéter era coberto de pérolas, o jeans tinha aplicações invisíveis de cristal e o shearling carregava o logo duplo C bordado em tom-sur-ton. Era a Nova York real elevada ao cubo — exatamente como Blazy queria.



No fim, entre plumas, pérolas, leopardo e muito humor, o recado foi claro: a Chanel não veio pedir licença à cidade que nunca pediu licença à Chanel. Veio celebrar a troca, o choque, o amor antigo. E, pela primeira vez em anos, o Métiers d’Art não pareceu um exercício de virtuosismo solitário. Pareceu uma festa — barulhenta, democrática e absolutamente nova-iorquina.


www.chanel.com

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